Queridos, vocês sabem que posto aqui artigos e textos que acho interessante, estou compartilhando com vocês hoje o artigo sobre "vocação verso profissão" da minha amiga Pastora e Missionária Ana Paula Sanhchez. Leia com atenção e que através desse texto Deus fale aos nossos corações afim de que possamos mudar nossa mentalidade.
Sei que com esse texto vou incomodar um pouco, mas quero trazer umflexão pessoal a resobre a essência de nossa vocação e o engano que muitos têm caído negociando seu chamado. Sejam abençoados!
Sei que com esse texto vou incomodar um pouco, mas quero trazer umflexão pessoal a resobre a essência de nossa vocação e o engano que muitos têm caído negociando seu chamado. Sejam abençoados!
Algumas mudanças culturais que atingiram em cheio o coração dos nossos ministérios e da vocação são de natureza semântica e trazem desdobramentos, que nem sempre são percebidos, mas afetam respectivamente pastor, ministérios e igreja. São duas palavras que foram recentemente incorporadas na descrição da vocação pastoral: líder e terapeuta.
Fala-se cada vez menos em formação pastoral e mais em formação de líderes. Curiosamente, ”líder” não é uma palavra que aparece na Bíblia para descrever aquele que serve a Deus em sua igreja. Também não aparece em vinte séculos de vocação pastoral. Não foi usada para descrever nenhum dos mártires e santos do passado que dedicaram suas vidas a Cristo!
Trata-se de uma expressão relativamente nova, o que não a torna necessariamente incorreta e inaproveitável. No entanto, ela traz consigo um novo conceito, uma forma de descrever e compreender a tarefa pastoral e ministerial, em geral. A expressão “pastor” ou “sacerdote” é teológica e biblicamente mais bem definida sendo que a expressão “líder” tem sua definição mais claramente determinada pelo mercado e contexto secular. Talvez por isso tenhamos tantos “líderes” e tão poucos homens e mulheres realmente comprometidos.
Ao identificarmos um pastor como líder por exemplo, não o relacionamos com o Salmo 23 de Davi nem com as atividades sacerdotais de Arão mas, com imagens de um executivo, administrador, empresário, um profissional. E essa nova visão tem corrompido a vocação de muitos.
Os líderes estão mais ocupados e preocupados com estruturas eclesiásticas, crescimento estático, ferramentas tecnológicas, funcionalidade. São realidades que não podemos negar (é nossa atualidade e temos que adaptar a algumas coisas tendo essas preocupações a mais) PORÉM, NÃO CONSTITUEM EM SI NOSSA VOCAÇÃO.
Talvez seja fácil entender isso com a figura de um pai. Ele tem contas a pagar, concertos domésticos a fazer, casa própria para comprar, prover alimento, vestes e etc. mas, não são essas coisas que definem sua vocação de pai. O que define é sua autoridade sacerdotal de promover comunhão, amizade, crescimento e amadurecimento pessoal, espiritual, moral e afetivo, perdão e etc. Por isso Paulo chama seus discípulos de FILHOS. Porque ele pouco se importava com as funcionalidades do ministérios, com a carreira e sucesso do seu apostolado, mas com a formação de Cristo naqueles corações: “…meus filhos, por quem sofro dores de parto até que Cristo seja formado em vós.”
Sinto uma forte dor no meu peito e ao mesmo tempo uma revolta tipo de reformadores da história ao refletir que nossas igrejas hoje têm demonstrado ser mais estruturas eficientes de mercado e menos imagem de Deus em Cristo!
As ovelhas estão clamando por pastores! Pastores com tempo e dedicação, compaixão para ouvir o clamor de suas almas cansadas, aflitas, confusas em busca de orientação, maturidade e transformação.
Uma competitividade exaustiva! Pra que??? O crescimento da igreja está confiado agora ao departamento de MARKETING DA IGREJA ou de relações públicas. A igreja para muitos ministros se transformou num lugar de desenvolver seu orgulho próprio e adquirir poder! Em nenhum outro lugar o engano é mais comum do que na religião, porque seu modo comum de tentação não é um mal óbvio, mas um bem aparente. Não mais rituais de magia negra e galinhas decapitadas, mas sob luzes brilhantes da aclamação acompanhadas por belas músicas. Esse escapismo exótico é bem familiar, lembram-se de Jonas? Fugindo para Társis ao invés de ir para Nínive? Társis era a “Batista da Lagoinha” irmãos… era a igreja dos sonhos de muitos pastores, profetas, evangelistas, apóstolos e mestres… kkk. E Nínive seria como o vale do Jequitinhonha ou alguma cidade onde o povo corta no facão entende? Onde você preferiria exercer seu ministério?
IRMÃOS, A IGREJA NÃO É UM MERO LOCAL DE TRABALHO A SER ABANDONADO QUANDO SURGE UMA OFERTA MELHOR! PELO AMOR DE DEUS! A igreja é o local onde você desenvolve sua santidade vocacional, é onde nos tornamos o que pregamos. Não nos atrevemos separar o que fazemos do que somos. Chega de pornografia eclesiástica! Estamos transformando a igreja numa estrutura tão bem comportada e organizada que nem tem mais necessidade de Deus, parece que é esse o recado que querem dar.
A outra figura que entrou em cena em nossa cultura foi a expressão “terapeuta” para a figura do pastor. Que ganhou popularidade na segunda metade do século XX, depois que Freud a introduziu no final do século XIX. Thomas Oden, em seu livro Pastoral care and the old traditions apresenta um quadro comparativo sobre a influência da psicologia na formação pastoral. Nada contra psicologia e terapia (particularmente gosto muito de fazer comparações) mas, uma das crises que enfrentamos hoje é o número crescente de psicólogos místicos e exotéricos renunciando à ciência e pastores psicólogos renunciando sua vocação.
As pessoas sentem-se traídas quando entram num consultório de psicologia, pagam uma consulta e quando entram ouvem conselhos espirituais tirados de um livro de auto-ajuda. Da mesma forma, sentem-se traídas quando entram num gabinete pastoral em busca de oração e orientação espiritual, Palavra e ouvem um conselho extraído de um almanaque. Quando alguém vai a um pastor está procurando um pastor! Não discordo em usarmos ferramentas para ajudar alguém, nada disso, DISCORDO DO FATO DE NEGOCIARMOS NOSSA VOCAÇÃO TRANSFORMANDO-A NUMA CARREIRA PROFISSIONAL, entendam.
Por isso muitos ministros hoje, e agora falo não só dos pastores, mas TODOS que exercem algum tipo de serviço, quando abraçam sua vocação ministerial, PERDEM A FÉ PESSOAL. Simples: tornam-se profissionais. A oração, leitura da Bíblia, consagração, prática espiritual, devocional acabam e fazem tudo isso como apenas parte de uma tarefa que precisam exercer… isso é horrível. Isso é profissionalizar a vocação.
Vivemos dias confusos onde o profissionalismo vem tomando o lugar da vocação. Que possamos abrir nosso entendimento e sermos realmente quem Deus quer que sejamos.
Espero que seja abençoado! Com amor,
Ana Paula Sanchez
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